sábado, 6 de outubro de 2012

O que a Bíblia diz sobre cair no Espírito?

Claudionor Corrêa de Andrade 
Revista Defesa da Fé


Embora fervoroso pentecostal, Gunnar Vingren (missionário sueco, um dos fundadores da Assembléia de Deus) não se deixou embair pelo emocionalismo nem pelas aparências. Ele sabia que nem tudo o que é místico é espiritual; pode brilhar, mas não e avivamento. O misticismo manifesta-se também em rebeldias e mentiras. Haja vista as seitas proféticas e messiânicas.

Teve o nosso pioneiro, como precavido condutor de ovelhas, suficiente discernimento para não aceitar aquele arremedo de pentecostes. Fosse um desses teólogos que colocam a experiência acima da Bíblia Sagrada, o pentecostalismo autêntico jamais teria saído do nascedouro.

Entre as manifestações presenciadas por Gunnar Vingren, achava-se o "cair no poder" que, já naquela época, era conhecido também como "arrebatamento de espírito". À primeira vista, impressionava; fazia espécie. Não resistia, contudo, ao mínimo confronto com as Escrituras, e nada tinha que ver com as experiências semelhantes que se acham nas páginas da Bíblia.

Irreverente e apócrifo, esse misticismo não se limitou à geração de Vingren. Continua a assaltar a Igreja de Cristo com demonstrações cada vez mais peregrinas e contraditórias. O seu alvo? Levar a confusão ao povo de Deus. No combate a tais coisas, haveremos de ser enérgicos, sábios e convincentes, mas sempre equilibrados. Através da Bíblia, temos a obrigação de mostrar a pureza e a essência de nossa crença, e a "batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos" (Jd 3).

Neste artigo, detenhamo-nos ao fenômeno do "cair no "Espírito", como vem sendo caracterizado, começou a ganhar notoriedade a partir de 1994. Neste ano, a Igreja Comunhão da Videira do Aeroporto de Toronto, no Canadá, passou a ser visitada por milhares de crentes, todos à procura de uma bênção especial. Ao contrário das demais igrejas pentecostais, que buscam preservar a ortodoxia doutrinária, a Igreja do Aeroporto, como hoje é conhecida, granjeou surpreendente notoriedade em virtude das manifestações que ocorriam em seu cultos.

Dizendo-se cheios do Espírito, os freqüentares dessa igreja começaram a manifestar-se de maneira estranha e até exótica. Em dado momento, todos punham-se a rir de maneira incontrolável; alguns chegavam a rolar pelo chão. Justificando essa bizarra, alegavam tratar-se de santa gargalhada. Ou gargalhada santa? Outros iam mais longe: não se limitavam ao estrepitoso dos risos; saíam urrando como se fossem leões; balindo, como carneiros, ou gritando, como guerreiros, e ainda outros "caíam no Espírito".

À primeira vista, tais manifestações impressionam. Impressionam, apesar de não contarem com necessário respaldo bíblico. Entretanto, não devemos nos deixar arrastar pelas aparências, nem pelo exotismo desses "fenômenos". Temos de nos posicionar segundo a Bíblia que, não obstante os modismos e ondas, continuam a ser a nossa única regra de fé e conduta.

O cair no Espírito na Bíblia

Nas Sagradas Escrituras, o cair no Espírito não chega a ser um fenômeno: é mais uma reação reverente diante do sobrenatural. Registram-se apenas, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, 11 casos de pessoas que caíram prostradas, com o rosto em terra, em sinal de adoração a Deus: são episódios isolados. Não têm foro de doutrina, nem argumentos para alicerçar um costume nem para reivindicar uma liturgia; não podem sacramentar alguma prática. Afinal, reação é reação; apesar de semelhantes. Diferem entre si. Como hão de fundamentar dogmas de fé?

Verificamos, pois, em que circunstâncias deram-se os diversos casos de cair por terra nos relatos bíblicos.

A força de uma visão nitidamente celestial

As visões, na Bíblia, tinham uma força impressionante: agitavam, enfraqueciam e até deixavam por terra homens santos de Deus. Que o diga Daniel. Já encerrado o seu livro, o profeta registra esta formidável experiência: "Fiquei pois eu só a contemplar a grande visão, e não ficou força em mim; desfigurou-se a feição do meu rosto, e não retive força alguma. Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo o som das suas palavras, eu caí num profundo sono, com o rosto em terra." Dn 10:8-9

Em sua primeira visão, Ezequiel também se assusta com o que vê. Ele se apavora: "...Este era o aspecto da semelhança da glória do Senhor; e, vendo isso, caí com o rosto em terra, e ouvi uma voz de quem falava." Ez 1:28. Sem liturgia, ou intervenção humana, o profeta prostra-se todo, e quem não haveria de prosternar? Mesmo o mais forte dos homens, não se agüentaria diante de tamanho poder e glória. Recurvar-se-ia; lançar-se-ia com o rosto em terra.

Mais, encontraremos Ezequiel outro caso de prostração: "Então me levantei, e saí ao vale; e eis que a glória do Senhor estava ali, como a glória que vi junto ao rio Quebar; e caí com o rosto em terra." Ez 3:23. Quem não cairia ante as singularidades da glória de Deus? Quem a resistiria?

Já no final de seus arcanos, Ezequiel vê-se constrangido a comportar-se de igual maneira: "E a aparência da visão que tive era como a da visão que eu tivera quando ele veio destruir a cidade; eram as visões como a que tive junto ao rio Quebar; e caí com o rosto em terra." Ez 43:3.

Nesses casos, as visões divinas foram tão fortes que levaram tanto Ezequiel como Daniel a caírem por terra. Noutras ocasiões, porém, a ocorrência de visões, igualmente poderosas, não provocou alguma prostração. Haja vista o caso de Isaías. Embora se mostrasse aterrorizado e compungido com a visão do trono divino, não se menciona ter o profeta caído por terra. Isto significa que as experiências, embora semelhantes, possuem suas particularidades e idiossincrasias, isto é, cada experiência, ou encontro com Deus, é única. Seria tolice pretender repeti-las para que a sua repetição adquirisse foros de doutrina.


Como os legítimos representantes de Deus portaram-se quando alguém caía por terra? 

Ao contrário dos que hoje portam-se como deuses diante de virtuais casos de prostração, os apóstolos de Cristo jamais aceitaram tal deferência. Em todas as instâncias, procuravam sempre glorificar o nome do Senhor. Em casos semelhantes, até mesmo anjos agiram com reconhecida e santa modéstia.

Tendo Pedro chegado à casa de Cornélio, a primeira reação deste foi cair de joelhos do apóstolo: "Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que também sou homem." At 10:25-26. O que fariam os astros do evangelismo nos dias atuais? Humilhar-se-iam como apóstolo? Ou usariam o evento para incrementar o seu marketing pessoal? Nem mesmo um poderoso anjo se aproveitou da ocasião para atrair a si as glórias devidas somente a Deus. O relato é de João: "...prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava, para o adorar. Mas ele me disse: Olha, não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus." Ap. 22:8-9.

O anjo bem sabia que o apóstolo prostrara-se aos seus pés por uma circunstância bastante especifica: não há ser humano que não extasie diante do sobrenatural. A aparição de um ente celestial sempre perturbou os pobres mortais. Nos dias dos juízes, acreditava-se que a visão de um anjo significava morte certa. Por isso, a primeira reação de uma pessoa ao ver um anjo era curvar-se diante do ser angelical. Quem poderia resistir a tanta glória?

Os anjos, porém, recusavam tal deferência. Houve ocasiões em que o anjo do Senhor aceitou elevadas honrarias. Como conciliar tais questões? No A.T., sempre que isso ocorria, era devido à presença de um ser especial, que alguns teólogos não vacilam em apontar como a pré-encarnação de Cristo. De uma forma ou de outra, os anjos eram santos suficientemente para agir com modéstia e humildade, tributando a Deus todo o poder e toda a glória.

Que esta também seja a nossa postura! Quando, por alguma circunstância, alguém cair a nossos pés, levantemo-o para que tribute a Deus, e somente a Deus, toda a honra e toda a glória, e jamais, sob hipótese alguma, induzamos alguém a prostra-se com o rosto em terra, pois isto contraria a ética e a postura que homem de Deus deve ter. 

O impacto de um encontro com Deus

Além das visões, certos encontros com Deus, tanto no Antigo como no Novo Testamento, levaram à prostração. Mencione-se, por exemplo, o que aconteceu a Saulo no caminho de Damasco. O encontro com Jesus foi tão formidável, que forçou o implacável perseguidor a cair por terra, e a reconhecer a autoridade e a soberania do Filho de Deus: "e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?" Atos 9:4.

Como nos casos anteriores, nada havia sido programado. Saulo foi levado a recurvar-se, em virtude da sublimidade do Senhor Jesus. Noutras ocasiões, porém, os encontros com Deus deram-se de maneira suave. A entrevista de Natanael com Jesus é um exemplo bastante típico dessa suavidade tão santa.

Quer dizer também do encontro de Gideão com o anjo do Senhor? Ou do encontro de Jeremias com Jeová? Este encontro veio na medida certa; veio de acordo com o caráter suave e melancólico do profeta. Tivesse, porém, Jeremias o temperamento colérico de Paulo, certamente o Senhor teria agido com impacto, para que o vaso fosse quebrado e moldado conforme sua vontade. Como se vê, as experiências variam de acordo com as circunstâncias e a personalidade das pessoas envolvidas no plano de Deus.

A autoridade do nome de Cristo é mais que suficiente para fazer que todos os joelhos se dobrem diante dele; aliás, chegará o momento em que todos os seres, quer nos céus, quer na terra, quer sob a terra, hão de se curvar diante da infinita grandeza do nome do Senhor Jesus: "Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu o nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.." Fp 2:9-11.

Na noite de sua paixão, o Senhor demonstrou grande era a sua autoridade: "Quando, pois, (Jesus) lhes disse: Sou eu, recuaram e caíram por terra" Jo 18:6. Ao contrário dos casos anteriores, nessa passagem, quem cai por terra são os ímpios. Recurvam-se estes não em sinal de reverência a Deus, mas em razão da autoridade e soberania irresistíveis de Cristo.

Caso semelhante ocorreu com Ananias e Safira. Ambos caíram por terra em decorrência de sua iniqüidade: "Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço do terreno? Enquanto o possuías, não era teu? e vendido, não estava o preço em teu poder? Como, pois, formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus. E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E grande temor veio sobre todos os que souberam disto." At 5:3-5

Casos como esses não são raros. Em nossos dias, muitos são os ímpios que, por se levantarem contra os escolhidos do Senhor, caem por terra e, à vezes, fulminados.

Noutras ocasiões, porém, o Senhor revelou-se de maneira tão suave, que se fez homem diante dos homens. Que encontro mais doce do que aquele que se deu junto ao poço de Jacó? O Senhor revela-se de maneira surpreendentemente afável à mulher samaritana. E a experiência de Nicodemos? Ou a de Zaqueu?

Nas efusões do Espírito Santo de Atos dos Apóstolos houve casos de prostração?

Na ânsia de justificar o cair por terra que, como já dissemos tem de ser visto como episódio e não como histórico, muitos teólogos chegam a colocar tal reação como se fora uma das evidências da plenitude do Espírito Santo. Que pode haver prostração durante a efusão do Espírito, não o negamos. Pode haver, mas não tem de haver necessariamente, nem precisa haver para que se configure o derramamento do Espírito Santo. A prostração não pode ser vista como evidência, mas como uma reação ocasional e esporádica.

Nos diversos casos de efusão do Espírito Santo, nos Atos dos Apóstolos, não se observou algum caso de prostração. No dia de Pentecostes, segundo no-lo notifica o minucioso evangelista Lucas, estavam todos assentados no cenáculo (At 2:2). Na casa de Cornélio, onde o Espírito foi derramado pela primeira vez sobre os gentios, também não se observou o cair por terra (At 10:44-47). Entre os discípulos de Éfeso também não se registrou alguma prostração (At 19:6).

Em todos esses casos, porém, a evidência inicial e física do batismo no Espírito Santo fez-se presente. Concluí-se, pois, que não se deve confundir evidência com reação. A evidência é a mesma em todos os que recebem a plenitude do Espírito Santo. A reação, todavia, varia de pessoa para pessoa.

Mesmo quando o lugar santo tremeu, não se observou caso algum de prostração (At 4:31). Poderia ter havido? Sim, mas não necessariamente.

Conclusões

Do que até agora vimos acerca do "cair no Espírito", podemos tiras as seguintes conclusões, tendo sempre como base as Sagradas Escrituras:

1. Não se deve realçar a experiência, nem guinda-la a uma posição superior à da Palavra de Deus. A experiência é importante, mas varia de pessoa para pessoa; cada experiência é uma experiência; tem suas particularidades. A experiência tem de estar submissa à doutrina, e não há de modificar-se, por mais extraordinária que seja, nenhum artigo de fé.

2. O cair por terra não deve ser visto como evidência da plenitude do Espírito Santo, nem como sinal de uma vida consagrada. A evidência do batismo no Espírito Santo são as línguas estranhas; e a vida consagrada tem como característica o fruto do Espírito. O cair por terra pode ser admitido, no máximo, como reação esporádica de alguma visitação dos céus. Se provocado, ou repetido, deixa de ser reação para tornar liturgia.

3. Caso ocorra alguma prostração, deve-se fazer as seguintes perguntas: 1) Qual a sua procedência? 2) Teve como objetivo promover o homem ou glorificar a Deus? 3) Foi usada para catalisar a atenção dos presentes? 4) Foi provocada por sopros, toques ou por algum objeto lançado no auditório? 5) Houve sugestão coletiva? 6) Prejudicou a boa ordem e a decência da igreja? 7) Conta com o respaldo bíblico suficiente? 8) Tornou-se o centro do culto?

4. Devemos estar sempre atentos, pois o adversário também opera sinais espetaculares com o objetivo de enganar os escolhidos: "porque hão de surgir falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios; de modo que, se possível fora, enganariam até os escolhidos." Mt 24:24

5. Nos diversos exemplos de prostração que fomos buscar na Bíblia, observamos o seguinte: Os personagens que se prostraram, ou foram prostrados, em virtude de alguma experiência sobrenatural, caíram para frente, e não para trás, como está ocorrendo hoje em algumas igrejas. Não era algo programado, nem ministro algum os induzia a cair, ou seja, ninguém precisou soprar neles ou neles tocar para que caíssem. Tais modismos têm levado a irreverência e a bizarra ao seio do povo de Deus. Há alguns que se tornaram tão ousados que jogam até seus paletós a fim de provocar prostrações coletivas. Isto é um absurdo! É antibíblico!

6. Os casos de prostração narrados na Bíblia deram-se em virtude da reverência e temor que os já citados personagens sentiram ao presenciar a glória divina. No N.T. o termo usado para prostração é pesotes prosekinsan que, no original, significa: cair por terra em sinal de devoção. Em Apocalipse 5:14, a expressão grega aparece para mostrar os anciãos prostrados aos pés do Cristo glorificado.

7. Voltemos à questão. Pode acontecer prostração numa reunião evangélica? Pode, mas não tem de acontecer necessariamente, pode, mas não precisa acontecer, nem ser provocada. Caso aconteça, deve ser encarada como reação e não como fato doutrinário. John e Charles Wesley, por exemplo, experimentaram um poderoso avivamento, mas jamais elevaram suas experiências à categoria de doutrina. As heresias nascem quando se supervaloriza a experiência em detrimento da doutrina. Não devemos nos esquecer de que algumas das mais notáveis heresias deste século, como a Igreja Só Jesus, nasceu em pleno período de avivamento.

8. De certa forma, todo avivamento provoca extremismos. Cabe-nos, porém, buscar o equilíbrio tão necessário à Igreja de Cristo. Era o que ocorria em Corinto. Não resta dúvida de que os irmãos daquela comunidade cristã haviam recebido forte visitação dos céus. Tiveram, todavia, de ser doutrinados e disciplinados. A esses irmãos escreveu Paulo: "32 pois os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas; porque Deus não é Deus de confusão, mas sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos." I Co 14:32-33

Finalmente, jamais devemos abandonar a Bíblia. Ênfases, como cair no Espírito, hão de surgir sempre. Não devemos nos impressionar com elas; tratemo-las com o devido equilíbrio. Pois o equilíbrio bíblico e teológico há de manter a igreja de Cristo em permanente avivamento, e o verdadeiro avivamento não extingue o Espírito, mas sabe como evitar os excessos.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

DEUS É UMA PESSOA - PARTE 2

Extraído do Livro: A Santa Trindade - CPAD
Autor: Eurico Bergstén

III. DEUS É UMA PESSOA COM PERSONALIDADE
"Personalidade é o conjunto de características cognitivas, afetivas, volitivas e físicas de um indivíduo, distinguindo-o de outro indivíduo e da vida animal."
A Bíblia fala da "pessoa de Deus". Fala de Jesus como "...sendo o resplendor da sua glória e a expressa imagem da sua pessoa...'''' (Hb 1.3a).
Enquanto várias filosofias agnósticas, entre elas o panteísmo, afirmam que Deus é somente uma "força impessoal" ou que' 'Deus é a natureza" e que Ele se identifica com a sua criação, isto é, onde está a criação, aí está Deus, etc., a Bíblia revela Deus como uma Pessoa divina que possui todas as características de uma pessoa.
Se Deus não tivesse personalidade com a qual pudesse comunicar-se, os homens não teriam jamais a sua sede do Deus vivo saciada porque jamais entrariam em contato com Ele. Mas o nosso Deus é vivo e tem personalidade.

1. Deus fala de si mesmo como de uma personalidade
Quando Moisés perguntou: "Qual é o teu nome?" Deus disse:' 'Eu sou o que sou". E disse mais:'Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós" (Êx 3.14). É impossível imaginar uma expressão mais forte de uma personalidade do que esta!

2. Jesus veio revelar aos homens o seu Pai (Lc 10.22)
Vejamos alguma coisa que Jesus revelou \a respeito da personalidade de seu Pai!

2.1. Jesus falou de Deus muitas vezes como sendo o seu Pai.
Ele disse: "Meu Pai e vosso Pai" (Jo 20.17). Foi Jesus que nos ensinou a orar: "Pai nosso" (Mt 6.9). Quem é Pai é uma personalidade.

2.2. Jesus usou, quando centenas de vezes falou de seu Pai, pronomes pessoais.
Ele disse: "Todas as tuas coisas são minhas e as minhas são tuas". "Vou para ti" (Jo 17.10,11). O uso de pronomes pessoais subentendem a personalidade de Deus.

2.3. Jesus falou de atividades de seu Pai que só são atribuídas a uma pessoa.
Ele disse: "Meu Pai trabalha" (Jo 5.17); "O meu Pai ama (Jo 3.35); "O meu Pai me enviou" (Jo 6.29); "O Pai ama o Filho e mostra-lhe tudo" (Jo 5.20). Falou da vontade de seu Pai (Jo 6.39,40 etc.), expressões que só se atribuem a uma pessoa. Assim necessariamente Ele é uma pessoa.

2.4. Jesus disse: "Meu Pai é o Lavrador" (Jo 15.1)
Nome que só é atribuído a uma pessoa, a um ser com personalidade.

DEUS É UMA PESSOA - PARTE 1

Extraído do Livro: A Santa Trindade - CPAD
Autor: Eurico Bergstén

I. DEUS EXISTE!
"...há um só Deus, o Pai..." (1 Co 8.6)
A existência de Deus é um fato incontestável. A Bíblia não se preocupa em provar a existência de Deus, mas começa o seu primeiro versículo falando de Deus, como a principal personagem em todo o Universo: "No princípio criou Deus os céus e a terra" (Gn 1.1). Deus existe desde a eternidade. Ele é a origem de tudo e tudo governa e sustenta.
Uma conseqüência do pecado é que o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não vejam a glória de Deus (2 Co 4.4), Nesta sua cegueira espiritual, os homens se fizeram deuses e senhores. A Bíblia afirma: "...há muitos deuses e muitos senhores" (1 Co 8.5b). Porém, no meio destes deuses que estão espalhados sobre o vasto campo deste mundo, como pedrinhas de todo tamanho, ergue-se o Deus Verdadeiro como uma grande colina que se distingue dessas pedrinhas pela sua incomparável grandeza. A Bíblia diz: "...Ele é o único Deus" (Dt 6.4b), e "fora dele não há outro" (Dt 4.35b; Is 42.8a; 44.6b,8b). "Verdadeiramente só o Senhor é Deus" (1 Rs 18.39b).
É por isto uma necessidade conhecê-lo e prosseguir em conhecer ao Senhor (Os 4.6). A Bíblia diz: "É necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe" (Hb 11.6). Os que crêem em Deus e o buscam legitimamente experimentarão: Ele é galardoador dos que o buscam (Hb 11.6).

II. EVIDÊNCIAS QUE PROVAM A EXISTÊNCIA DE DEUS
O inimigo das nossas almas tem procurado completar a desgraça que o pecado causou, fazendo com que os homens chegassem ao ponto de negar a existência de Deus. Negar a Deus é tolice — tanto como alguém querer negar a existência do sol, porque não o vê, por estar encoberto por nuvens. A Bíblia diz: "Disse o néscio no seu coração: Não há Deus..." (SI 14.1a), e ainda: “Por causa do seu orgulho, o ímpio não investiga; todas as suas cogitações são: Não há Deus” (SI 10.4).
Existem, porém, várias evidências para os que desejarem "investigar", para terem certeza de que "Há um Deus".

1. A crença universal em um Ser Supremo
Não existe nenhuma raça humana que não tenha alguma noção de um ser supremo, um deus, de quem, através das suas religiões, procuram se aproximar para agradá-lo comunicando-se com ele por meio de sacrifícios, até de sangue... Muitas vezes é realmente um "deus desconhecido" e na sua cegueira estão tateando para achá-lo (At 17.23,27). A Bíblia diz: "...O que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta..." (Rm 1.19a).
Realmente, o homem foi criado por Deus conforme a sua imagem (Gn 1.26). Ele tem em si partículas desta sua origem divina, e por isto existe nele necessidade de um contato com a sua origem — Deus.

2. A consciência
No íntimo do homem há uma sentença moral sobre os seus atos praticados, sejam bons ou maus. Fala da existência de uma origem superior que no homem fez registrar os princípios da lei divina: "Porque quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei. Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo- os" (Rm 2.14,15).
A consciência universal nos faz compreender que o Ser Supremo é um Ser Moral.

3. A criação do mundo
Fala da existência de um Criador. "Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos" (SI 19.1). O seu eterno poder como a sua divindade se entendem, e claramente se vêem pelas
coisas que estão criadas (Rm 1.20). Como um relógio fala da existência de um relojoeiro, assim a criação fala de um Criador que é poderoso.

4. A Bíblia
A revelação divina escrita revela claramente a existência de Deus. Na Bíblia temos um documento autenticado, que nos faz conhecer a Deus através da sua própria revelação. Assim como alguém que quiser conhecer história, ciência ou qualquer outra matéria, procura estudar a literatura adequada para conseguir o conhecimento desejado, assim também aquele que verdadeiramente quer fazer a vontade de Deus, ele conhecerá, se esta doutrina é de Deus ou não (Jo 7.17).

5. Jesus, o Filho de Deus
Sua existência e vida neste mundo estão historicamente comprovadas. Veio para revelar Deus aos homens (Lc 10.22), e o fazer conhecer (Jo 1.16). Jesus disse: "...Quem me vê a mim, vê o Pai..." (Jo 14.9b). O caminho mais curto para conhecer a Deus é aceitar a Jesus como o seu Salvador, porque ele é o caminho para Deus (Jo 14.6).

6. Uma experiência pessoal da salvação
Por meio do sangue de Jesus Cristo, chegamos perto de Deus (Ef 2.13), e temos então uma absoluta certeza da existência de Deus, porque o Espírito do seu Filho clama em nós: Abba Pai (G1 4.6), e nós podemos com toda a tranqüilidade no coração orar: Pai nosso, que estás nos céus..." (Mt 6.9a).

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

"Tudo posso naquele que me fortalece"

Um estudo exegético de Filipenses 4:13
de Dennis Downing

Será que o Cristão pode fazer de tudo? Será que temos, por meio de Cristo, poder para realizar qualquer feito? O que é que Paulo quis dizer com esta declaração ousada?

O contexto imediato

Esta passagem tem sido entendida por muitos Cristãos como uma afirmação geral de que realmente “tudo” podemos fazer. Como sempre é necessário observar o contexto da passagem. O contexto imediato (Fil 4:10-20) indica que Paulo está tratando de necessidades pessoais. Podemos ver isso quando ele usa frases e termos como “pobreza” (v. 11) “fartura e fome”; “abundância e escassez” (v. 12); “dar e receber” (v. 15) e “necessidades” (vv. 16 e 19). Todas estas palavras e frases tratam de necessidades físicas e imediatas como comida e moradia. Ele pessoalmente passou por necessidades nestas áreas e está mostrando como Cristo lhe deu força para enfrentá-las.

Paulo poderia, de repente, sair deste contexto para formalizar uma afirmação sobre todas as necessidades em geral. Ou, como alguns entendem pela frase isolada, ele poderia dizer que, por meio de Cristo, consegue realizar de tudo. No entanto, para fazer isso, seria esperado que Paulo desse algum sinal de tal mudança. A ausência de uma sinalização não impede de forma categórica esta possibilidade. Mas, sendo que o contexto imediato é satisfatório, e que não há evidência clara dele ter intencionado uma afirmação mais geral, devemos concluir que o ponto dele neste versículo é de que, dentro das necessidades pessoais (embora estas necessidades sejam enormes), com Cristo, ele terá tudo que precisa para lidar com elas.

Como Paulo usava “tudo”

Ajuda-nos a entender que Paulo, como autores e oradores modernos, às vezes usava o adjetivo “tudo” (gr. panta de pas) para se referir à maior parte ou à maioria de uma categoria, sem necessariamente se referir a algo em sua totalidade. [1]

Podemos ver este tipo de uso em passagens como 1 Cor. 9:22 “...Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns.” Paulo não quis dizer que havia se tornado absolutamente tudo para com toda a humanidade. O ponto dele foi de que ele se esforçou, negando seus próprios interesses e tendências, para influenciar todos aqueles com quem ele teve contato e oportunidade.

De forma parecida, em Colossenses 1:28 Paulo afirmou “o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo”. Aqui Paulo não quis dizer que ensinava literalmente todos os homens existentes, nem que aquilo que ele ensinava fosse toda a sabedoria existente. O ponto dele, novamente, se restringia àqueles dentro do seu raio de alcance e à sabedoria necessária e suficiente para a plena vida em Cristo.

Da mesma forma, em Fil 2:21, ao dizer “pois todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus.” Paulo não estava se referindo à totalidade da raça humana, nem a todos da cidade de Roma, onde ele se encontrava (Fil 1:13). Ele estava se referindo a muitos outros que não se preocupavam com seus interesses da forma como Timóteo havia feito. Mas, presumimos que Paulo contaria entre aqueles em quem confiava pessoas como Epafrodito (4:18) e os da casa de César (4:22). Portanto, ele não estava relegando nem a raça como um todo, nem toda a população de Roma ao grupo dos que “buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus.” Ele quis dizer que muitos eram assim, porém Timóteo era diferente.

De igual modo, ao dizer em Fil 4:13 “Tudo posso naquele que me fortalece”, Paulo não quis dizer “tudo” num sentido absoluto. O que ele quis dizer era que, de todas as coisas que havia passado que necessitavam de poder para enfrentar, como pobreza, fome, escassez e necessidades, Cristo supria toda esta força que ele precisava. É neste sentido que Paulo escreveu “Tudo posso naquele que me fortalece”. Pelo que já havia passado, Paulo tinha confiança, e quis passar esta mesma confiança aos Cristãos em Filipos, de que Cristo havia de suprir toda a força que eles precisavam, seja qual fosse a situação. É por isso que ele encoraja os Cristãos em Filipos com as palavras “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (4:19).

O foco da passagem

Embora muitas traduções modernas como a NVI, ARA e BJ traduzam o verso praticamente igual como “tudo posso naquele que me fortalece”, aqui a NTLH traz uma tradução bastante interessante “Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação”. Esta tradução é salutar, pois coloca a ênfase em Cristo e demonstra que o objetivo não é as conquistas do homem e sim sua capacitação para, com Cristo, enfrentar as situações, tão adversas quanto forem, que a vida traz.

É um eqúivoco pensar que o ponto de Paulo é que, com Cristo, ele pode alcancar grandes realizações ou conquistas. Paulo, embora falando das coisas que fazia por conta própria, já descartou a imporância das grandes realizações pessoais. Em 3:4-8 Paulo relembrou suas grandes conquistas em nome do zelo religioso. Daí, ele mostrou como o simples conhecer e comunhão com Cristo eram muito superior a todas as suas conquistas (3:8,10). Dificilmente Paulo agora estaria chamando a atenção dos Cristãos em Filipos para a idéia de realizar grandes coisas, mesmo com Cristo. O ponto de Paulo é de assegurar estes irmãos de que, na abundância ou na adversidade, Cristo os faria fortes o suficiente para lidar com qualquer situação, permanecendo fiéis a Ele.

Perigo de interpretação

Existe pelo menos um perigo de uma interpretação demasiadamente genérica deste versículo. Crentes podem ficar frustrados ou duvidando das promessas de Deus se tentarem coisas que consideram dentro da vontade de Deus, mas falharem. “Cristãos frequentemente anunciam, ‘Tudo posso naquele que me fortalece’, para assegurar a outros (e a eles mesmos) que podem ser bem sucedidos em empreendimentos para os quais eles podem ou não ser qualificados. Fracasso subsequente os deixa transtornados com Deus como se ele tivesse quebrado uma promessa!” [2]

Se “tudo posso naquele que me fortalece” significa que posso realizar qualquer obra ou feito, desde que seja algo que Deus teoricamente ia querer, então haverá muita frustração, pois nem sempre Deus de fato faz tudo que pode. Deus podia ter evitado que Cristo morresse na cruz (Mat 26:53). Certamente Ele não queria que Cristo tivesse que morrer na cruz. Mas, por causa do grande amor dEle por nós (outro aspecto da sua soberana vontade), Ele permitiu. Se nem Deus sempre faz tudo que pode e tudo que quer, podemos concluir que nem tampouco o homem fará, ou que Deus o fará por meio dele.

A Paulo, um homem de fé sincera e poderosa, foi negado algo bom e desejável que pediu ao Senhor – uma cura. Em 2 Coríntios 12:8-9 vimos que, apesar de toda sua fé e amor ao Senhor, Paulo não recebeu o que queria. Tudo posso naquele que me fortalece? Sim, se for da vontade de Deus.

Paulo tinha o dom de curar e curou muitas pessoas, chegando a curar todos numa ilha inteira (Atos 28:7-9). Mas, houve ocasião em que Paulo não pôde curar um discípulo próximo a ele, Trófimo (2 Tim 4:20). Tudo posso naquele que me fortalece? Sim, dentro dos limites que Deus estabelece e permite. Haverá ocasiões em que vamos querer fazer coisas boas, até coisas para Deus, mas não conseguiremos, porque não era a vontade de Deus naquele momento, ou naquela situação, ou com aquela pessoa.

A respeito desta passagem D.A. Carson alerta: - Uma antiga preferência é Filipenses 4.13: "... tudo posso naquele que me fortalece". O "tudo" não pode ser completamente ilimitado (e. g., saltar sobre a lua, resolver "de cabeça" complexas equações matemáticas ou transformar areia em ouro); portanto, a passagem geralmente é exposta como um texto que promete aos crentes a força de Cristo em tudo o que eles têm a fazer ou em tudo o que Deus lhes ordena que façam. Sem dúvida, este é um conceito bíblico; contudo, no que se refere a esse versículo, dá-se pouca atenção ao contexto. O "tudo" aqui consiste em viver alegre em meio a fartura ou fome, em abundância ou escassez (Fp 4.10-12). Seja qual for sua situação, Paulo pode lutar com alegria por meio de Cristo, que o fortalece. [3]

Concluímos que o ponto de Paulo em Filipenses 4:13 quanto àquilo que ele pode fazer se refere à força para enfrentar situações que a vida traz a ele, especificamente no sentido de necessidades pessoais. Mas a ênfase não está nele só, e sim nAquele que lhe dá esta força – Cristo Jesus. O versículo pode ser dividido em duas partes “tudo posso” e “naquele que me fortalece”. O mundo declara com orgulho e confiança “tudo posso” e pronto. O Cristão corrige, com humildade temperada pela fé em Jesus “Sei que enfrentarei muitas dificuldades nesta vida, e que sozinho seria derrubado, mas, ‘Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação’.”

Hoje em dia os Cristãos ainda enfrentam as incertezas do desemprego, o medo da violência e da doença. É preciso assegurá-los de que, com Cristo, podemos lidar com qualquer situação, não importa quão adversa for. Podemos confiar em Deus de que Ele nos dará a força que precisamos. Basta caminharmos junto a Jesus.

E o “tudo” que podemos fazer?

Alguns ainda querem saber, "o homem pode fazer tudo o que ele precisa fazer?" Até isso, na verdade, é relativo. O homem às vezes pensa que precisa fazer algo, tenta fazer e se frustra quando não consegue. Ele declara que Deus não existe, ou reclama que Deus não ouviu suas orações. Mas, Deus muitas vezes sabe que há uma grande diferença entre o que o homem pensa que precisa e o que ele realmente precisa. Quando era jovem namorei uma moça e pensei que precisava casar com ela. Não deu certo. Acabei esperando até quase 40 anos de idade para casar. Hoje, sei que Deus me deu, graças à sua vontade que é sempre melhor, a esposa que eu realmente precisava.

Dentro da vontade soberana (e para nós muitas vezes misteriosa) de Deus, sim, diria que o homem pode fazer o que precisa. Mas, esse fazer nem sempre será o que ele quer. Prova disso é que há muita coisa que, além de poder fazer, devíamos fazer, mas nem sempre fazemos.

Talvez a grande questão não é se Deus me capacita para fazer tudo que preciso. Dentro da soberana vontade dEle, Ele sempre capacita. O problema é que eu nem sempre quero fazer tudo para o qual Ele me capacitou. Talvez para Deus parece que queremos saber se podemos fazer de tudo, quando tão pouco fazemos com o “tudo” que já podemos. Que Deus nos ajude a, como Paulo, nos contentarmos não só com aquilo que Ele nos deu, mas com aquilo que Ele nos capacitou a fazer, e esmeremo-nos ao fazê-lo.

Para uma pregação baseada neste estudo sobre Filipenses 4:13 veja:
“Será que realmente 'Tudo posso naquele que me fortalece'?”

Para uma meditação sobre Filipenses 4:13 veja:
"Posso TUDO?" do site iluminalma

[1] Bullinger, E. W. (1898). Figures of speech used in the Bible (Page 615). London; New York: Eyre & Spottiswoode; E. & J. B. Young & Co.)

[2] Klein, W. W., Blomberg, C., Hubbard, R. L., & Ecklebarger, K. A. (1993). Introduction to biblical interpretation (Page 481). Dallas, Tex.: Word Pub.

[3] Carson, D.A. “Os Perigos da Interpretação Bíblica” (antiga “Exegese E Suas Falácias”), São Paulo: Edições Vida Nova, 1992, numa seção intitulada “Inferências Injustificadas” (páginas 108-9)

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08/08/09

quinta-feira, 28 de junho de 2012

DÍZIMOS É BÍBLICO?

Elias R. de Oliveira

“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida.”
Ml 3.10, 11 e 12

O Dízimo foi instituído por Deus, as primeiras citações referem-se ao período patriarcal, a Palavra mostra-nos Abrão (“E de tudo lhe deu Abrão o dízimo.” Gn 14.20) e Jacó (“e, de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo.” Gn 28.22) como observadores desta prática. Posteriormente, com a Eleição de Israel como povo de Deus, tornou-se um mandamento. O dízimo era uma prática comum antes da Lei, durante a Lei e um modelo que pode ser observado por nós, os que vivemos nós.

O Novo Testamento deixa claro que o Senhor Jesus reconhecia o dízimo como um mandamento válido aos Israelitas, inclusive, era judeu e nascido sob a Lei ("Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei," Gl 4.4), com a missão de cumpri-la ("Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra." Mt 5.17,18).

Jesus não determinou de forma direta a obrigatoriedade em dar-se “os dízimos” aos participantes da Nova Aliança, no entanto, este costume é citado algumas vezes no Novo Testamento.
A igreja de Cristo precisa entender que os dízimos são uma forma de "oferta" agradável a Deus e necessário para suprir as necessidades da Obra, tanto na evangelização como na manutenção de templos.

O DÍZIMO NOS DIAS DO ANTIGO TESTAMENTO

a) Abraão dizimou:
"E de tudo lhe deu Abrão o dízimo." Gn 14.20
Abraão ao regressar da vitória sobre os reis inimigos, deu a Melquisedeque, sacerdote de Deus e rei de Salém, o dízimo de tudo que possuía e despojos da vitória.

b) Jacó movido a dar o dízimo:
"...de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo." Gn 28.22

c) Na Lei Mosaica.
"A décima parte das colheitas, tanto dos cereais como das frutas, pertence a Deus, o SENHOR, e será dada a ele." Lv 27.30 e
"Certamente, darás os dízimos de todo o fruto das tuas sementes, que ano após ano se recolher do campo." Dt 14.22

O OBJETIVO DO DÍZIMO

O dízimo era usado para o sustento dos Levitas, ("Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação. E nunca mais os filhos de Israel se chegarão à tenda da congregação, para que não levem sobre si o pecado e morram. Mas os levitas farão o serviço da tenda da congregação e responderão por suas faltas; estatuto perpétuo é este para todas as vossas gerações. E não terão eles nenhuma herança no meio dos filhos de Israel. Porque os dízimos dos filhos de Israel, que apresentam ao SENHOR em oferta, dei-os por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel, nenhuma herança tereis." Nm 18.21-24) e dos estrangeiros, dos órfãos e das viúvas ("Ao fim de cada três anos, tirarás todos os dízimos do fruto do terceiro ano e os recolherás na tua cidade. Então, virão o levita (pois não tem parte nem herança contigo), o estrangeiro, o órfão e a viúva que estão dentro da tua cidade, e comerão, e se fartarão, para que o SENHOR, teu Deus, te abençoe em todas as obras que as tuas mãos fizerem." Dt 14.28-29).

Em nosso dias, observamos o modelo deixado no Antigo Testamento, para ofertarmos a Deus, suprindo assim as necessidades da igreja na obra de evangelização e manutenção de templos e despesas com o sacerdócio. Deve-se entregá-lo no local definido por Deus, geralmente, a Igreja na qual congregamos e ou Ministérios envolvidos com a Obra do Pai.

É lamentável a constatação que o “dinheiro do Senhor” é usado por alguns líderes para a sua satisfação pessoal, bem como, aplicado em “situações” que não beneficiam a Obra do Senhor. Estes prestarão contas a Deus por suas ações pecaminosas.

O DÍZIMO NOS DIAS DO NOVO TESTAMENTO

O Novo Testamento não faz profundas referências a respeito do tema, mas, movidos pelo Espírito Santo, compreendemos que é bom e agradável dizimarmos a Deus.

Paulo, dirigindo-se às igrejas ensina que deveriam fazer coletas, nas quais os servos dariam segundo a sua prosperidade ("Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for." 1Co 16.1-2).

É uma ação de amor, generosidade e alegria ("E isto afirmo: aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará. Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra, como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre." 2Co 9.6-9).

As ofertas eram segundo as posses da cada um. Este é o mesmo entendimento para o dízimo hoje, uma doação à igreja de ofertas agradáveis, que devem ser usadas na manutenção do templo, missões e no auxilio aos irmãos mais carentes, ligados ou não à denominação, afinal, no Reino não há denominações.

É inaceitável que as igrejas (instituições) guardem o dinheiro do Senhor (poupança e aplicações financeiras diversas) enquanto há tantos irmãos, frentes missionárias, ministérios, etc. necessitados de recursos financeiro para a pregação do evangelho.

Usa-se como parâmetro para as ofertas atuais décima parte dos rendimentos (salário, retiradas, etc), no entanto, não é uma obrigação usar a calculadora, oferte com liberalidade.

Em nossos dias o ato de dizimar e ou ofertar estão desgastados; é visto pela sociedade como um meio de explorar a fé dos mais simples. Esta visão deturpada nasceu em decorrência dos exageros praticados por pregadores que não observam os princípios de Deus em suas vidas, e literalmente roubam os servos ao fazerem promessas mirabolantes de riquezas e prosperidades advindas da entrega do dízimo.

O Apostolo Paulo, escreveu uma carta à igreja de Corinto, na qual diz:
“O homem natural não aceita as cousas do Espírito... pois lhe é loucura; e jamais pode entendê-las.” 1Co 2.14

O dízimo é uma bênção àqueles que nasceram de novo e são movidos pelo Espírito de Deus em todas as situações. O homem natural (em pecado) não entende estas coisas e são tomados por questionamentos diversos, usando-os como base, não aceitam a nosso ato de alegria que leva-nos a reservar partes dos rendimentos para o Senhor e disponibilizá-los na forma de dízimos e ofertas.

Inclusive é comum ao “homem natural” questionamentos tais como:
. Deus não precisa de dinheiro!
. Deus é dono de tudo!
. Não vou encher a barriga de pastor!
. Ganho pouco, e sou pobre!
. Não sobra para o dízimo!
. Tenho escola das crianças, e muitas despesas!
. Isto é para os ricos!
. etc.

São homens que ainda não entregaram verdadeiramente suas vidas nas mãos do Senhor, são “naturais” e não conseguem enxergar com os olhos do Espírito a vontade de Deus para a vida de seus escolhidos, ao eleger-nos como provedores de Sua Obra.

Jesus literalmente afirma: “ Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” Lc 14.33

Esta é a principal condição exigida aos servos, a renúncia. Quando renunciamos a princípios, pensamentos, finanças, conhecimento, sabedoria e até a razão; nos tornamos “barro na mão do Oleiro” e somos reconstruídos com as qualidades comuns a Cristo. Estas “novas criaturas” são tomadas pelo Espírito Santo e as “coisas espirituais” afloram em atos e ações.

O DÍZIMO NOS DIAS ATUAIS

É sábio devolvermos a Deus os dízimos e ou ofertas, observando os preceitos bíblicos, décima parte, fazendo-o de forma voluntária e com satisfação no coração. Jamais com o sentimento de coação.

Dar Voluntariamente
"...vossas dádivas, e de todos os vossos votos, e de todas as vossas ofertas voluntárias que dareis ao SENHOR." Lv 23.38

O dizimar era uma obrigação de cada israelita, mas, o desejo de ofertar deveria nascer no interior do coração, marcado por gratidão e alegria, uma ação voluntária, através da qual o Eterno era adorado. Assim devemos agir, não constrangidos por uma obrigação, mas, com prazer e alegria, pois é do Senhor e é para o Senhor.

Vida Santa, uma condição
"Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta." Mt 5.23,24

A Santidade é uma condição especial, ela gera comunhão e intimidade com o Pai. Antes de trazermos as nossas ofertas ao Senhor, é necessário fazermos um "balanço" e confessarmos pecados e acertarmos todas situações que destoam da vontade de Deus.

Uma Gratidão.
"Oferece a Deus sacrifício de ações de graças e cumpre os teus votos para com o Altíssimo; invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás." Sl 50.14,15

As ações, dizimar e ofertar é uma demonstração que reconhecemos a soberania de Deus e o cuidado que Ele tem para conosco, abençoando-nos no cotidiano em todos os aspectos de nossa existência.

OS FIÉIS SÃO ABENÇOADOS

Quando os servos movidos pelo amor a Deus entregam os dízimos com alegria, tornam-se detentores da promessa de Deus. Ele afirma: “...e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida.” Ml 3.10

a) Derramarei Bênçãos sem Medidas.
É preciso que a nossa visão, inicialmente seja espiritual, esta é a visão que verdadeiramente nos interessa. Não devemos dizimar interessados em recompensas materiais. O sentimento que deve nos mover a entregar os dízimos é o amor a Deus. E o Eterno em sua misericórdia recompensará, não necessariamente com prosperidade, mas, possivelmente com a melhor das bênçãos a espiritual e a possibilidade de fazer a Sua Obra.
Lembre-se:
"Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo." Lc 14.33

b) Vossa vide não será estéril.
Existe a benção de prosperidade prometida aos fieis. Deve-se esperá-la, jamais buscá-la. Pois há tempo para todas as coisas, e o Senhor conhece as necessidades de cada um. A preocupação deve estar em conservar uma vida santa, reta e justa diante de Deus.

c) As Nações vos chamarão de felizes.
Como é bom encontrar um servo fiel, sempre feliz, um rosto formoso que resplandece a paz de Cristo, mesmo em meio às muitas lutas e dificuldades. São estes os fieis do Senhor, que triunfam e voam como águias (Is 40.31) acima de todas as dificuldades. São agraciados com o derramar de bênçãos sem medidas.

d) Para que haja mantimento.
Quando há fidelidade nos dízimos, a Casa do Senhor é agraciada com recursos que serão usados na pregação do Evangelho, abençoando missões, ministérios e também, o social, vestindo aos irmãos necessitados.

Deus é fiel, honra a Suas promessas; nossa obrigação é sermos fieis, honrarmos ao Eterno em todas as áreas da vida, quando O honramos com os dízimos e ou ofertas tornamo-nos mais próximos do Pai e somos habilitados a recebermos as bênçãos divinas.


Fonte: www.vivos.com.br/20.htm



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sábado, 23 de junho de 2012

Pregar a palavra não é tarefa para preguiçoso

Levantai-vos e andai, porque não será aqui o vosso descanso
Miquéias 2:10a.

Pr. Gomes Silva
Em Parnaíba-PI

I. Introdução
Pregar a Palavra de Deus é uma missão dada a todo aquele que já teve uma experiência de conversão ao Senhor e Salvador Jesus Cristo. Paulo, sob a direção do Espírito Santo, expressou sua admiração pelos evangelistas na carta aos romanos: “Como são belos os pés dos que anunciam o Evangelho da Paz, dos que anunciam coisas boas!” – Romanos 10:15b.

Existe atualmente um grande número de mensageiros do evangelho da salvação espalhado pelo mundo. Então você poderia perguntar: “Se existem tantos pregadores porque tanta gente está caminhando para o inferno?” (eles estão caminhando... ainda não chegaram ao inferno. Isto significa dizem que ainda há esperança para os tais enquanto caminham: Jesus, O Cristo).

Como resposta eu perguntaria também: Será que a mensagem está sendo pregada e direcionada corretamente? Esses detalhes podem ser o diferencial. Muitos estão usando uma Bíblia, indo ao púlpito ou andando nas ruas com essa missão. Contudo, o que podemos notar é um número acentuado de “motivados” sem, antes, preparar-se para cumprir a sua missão de Agente do Senhor (criação minha, não existe na Bíblia). O que mais se usa são versículos isolados: sem contexto, sem conteúdo e muito tempo usado para amofinar os ouvintes com aquilo que se diria em menos de três minutos.

Muitos pregadores têm que observar as orientações do Senhor a Josué logo após a morte de Moisés de quem ele (Josué) fora auxiliar, amigo e fiel companheiro durante os anos que estiveram juntos na peregrinação de Israel no deserto – Êxodo 17:8-13 e outros textos. Paulo, em 1 Timóteo 4:13, aconselha o jovem Timóteo a persistir na leitura, exortação e ao ensino da Palavra de Deus.

Veja a vontade de Deus quanto à ministração da sua mensagem:

II. Orientação prática do Senhor
Disse o Senhor a Josué: 1:8-9
“Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido. Não to mandei eu? (...).

No capítulo primeiro, Deus chama Josué, encoraja e orienta como ele deveria fazer durante a condução do povo à terra prometida. Mas nos dois versículos referidos acima, o Senhor especifica a tarefa principal para que prosperasse e fosse bem-sucedido na tarefa não cumprida por Moisés. Essa tarefa era chegar com aquela multidão a Canaã.

III. E quais eram as ordens do Senhor:
1. Não se aparte do livro da lei (Escrituras);
2. Pregue, ensine ao povo o que diz a minha lei
3. Mas, antes de pregar e ensinar medite nele de dia e de noite
4. Faça tudo que nele está escrito.

(“As Escrituras deveriam ser autoridade máxima em confronto com todas as idéias, tradições ou religiões humanas. Esse princípio aplica-se igualmente aos fiéis do antigo e do novo concerto” – esse trecho foi extraído do comentário da Bíblia de Estudos Pentecostais, editora CPAD).

Deus estava dizendo a Josué: Medite, pregue e viva a palavra, a mesma coisa que Ele diz hoje para nós, ministros do evangelho. Então, não temos outra saída. Vamos à luta, pois, o Senhor é conosco assim como foi com Moisés e Josué (1:9), sem medo de expor a verdade, testemunhando o que Deus já fez pela humanidade, o amor Dele pelo perdido e a vida eterna em Cristo Jesus para quem se arrepender de seus pecados e crer no Evangelho (Marcos 1:15).

IV. Meditar na palavra é imprescindível
Conforme o Dicionário Michaelis, me.di.tar é: v. 1. Tr. ind. e intr. Fazer meditação, pensar maduramente, refletir muito. 2. Tr. dir. Pensar sobre, sujeitar a exame interior. 3. Tr. dir. Considerar, estudar, ponderar. 4. Tr. dir. Combinar, intentar, projetar. Meditar. A mesma coisa diz o Dicionário Bíblico Ebenezer: “Refletir, pensar”, citando como exemplo Salmo 1:2: “Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite”.

Então, não tem outra escolha para o pregador expor bem a palavra de Deus a não ser passar primeiro pela meditação da Palavra de Deus (acompanhada de oração).

Aliás, Paulo, na sua carta a Timóteo (2 Tm 2:15), orienta seu filho na fé a ter idêntico comportamento caso ele queira ser “aprovado como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”.

V. Pregar a palavra é uma ordenança do Senhor
Na Carta aos romanos (10:13-17), Paulo está falando sobre a importância do ouvir a Palavra de Deus (v. 12, 17). Mas, ao mesmo tempo, ele ressalta a necessidade de pregadores (v. 14). Mas não existem tantos pregadores? Sim, com certeza. Todavia, essa pregação precisa ser revista pelos mensageiros, pois ela tem que ser bíblica, pura, sem mistura de desejos humanos, presunção e autoritarismo da parte de quem a expõe.

Quem ministra a palavra, como vimos na orientação de Deus a Josué, tem que dedicar tempo para estudar, meditar e organizar a mensagem. Não é ficar esperando pelo momento de subir à plataforma do templo acreditando que o Espírito Santo vai lhe usar grandemente. Entendo que o Espírito Santo não usa preguiçoso. Se o cidadão tem todo o tempo para orar, ler a Bíblia, meditar e organizar o que vai dizer e não o faz é porque é relapso com coisa séria (cf. Jeremias 48:10a).

O “manejar bem a palavra”, mencionado por Paulo em 2 Timóteo 2:15, não é estar citando versículos isolados de Gênesis a Apocalipse objetivando demonstrar conhecimento, porém, deixando os ouvintes como uma barata tonta, sem saber qual a direção da missiva. Ainda têm pessoas, sem noção da causa, que exaltam: “Fulano de tal prega muito”. Meus Deus! Gritar o tempo todo, pulando e fazendo “ginástica santa” como forma de mostrar santidade e poder também não é pregação. É preenchimento do tempo. Não falo, por exemplo, do irmão que trabalha o dia inteiro e à noite vai a um culto e lá chegando é-lhe dada uma oportunidade. E, enquanto se dirige ao local, ele vai pedindo a Deus: “Senhor, o que eu vou dizer?” O Espírito Santo imediatamente entra em ação e indica um texto bíblico lido por ele anteriormente, pois aquele versículo vai falar para alguém. Acredito que isto já aconteceu com todos os mensageiros do Senhor.

Manejar bem é pregar a mensagem da cruz de forma organizada e de maneira clara levando o ouvinte à compreensão do que se diz e seja tocado pelo Espírito Santo. Só assim, vai se cumprir o que disse Jesus Cristo sobre a obra do Espírito Santo em João 16:8-11: “E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo (...)”.

VI. Pratique o mesmo que transmitir às pessoas
Tiago, aquele que é meio-irmão de Jesus, diz uma coisa interessante e digna de ser observada: Não seja apenas ouvinte, mas praticante (Tiago 1:25). Já o apóstolo Paulo, em 1 Timóteo 4:12, exorta (parakaleo = aconselhar, animar, encorajar) aquele jovem: “Ninguém despreze a tua mocidade; mas seja o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza”. Se você diz uma coisa e faz outra; se tu falas tanto em amor e na prática não amas; caso oriente os irmãos a viverem na pureza, na santificação e a sua própria vida diz o contrário; e prega fé, mas vive murmurando o que a igreja vai dizer da pessoa a quem está confiada a sua direção? O dito-cujo vai terminar desprezado.
O comentário da Bíblia de Estudos Pentecostais ressalta que “uma das qualificações mais importante para o dirigente eclesiástico é que ele seja um exemplo para os demais crentes. Ou seja, que “o pastor deve ser, antes de mais nada, modelo de fidelidade, de pureza e de perseverança no viver religioso”. Eu concordo plenamente. Aliás, essa exortação não é só para o pastor, mas para todos aqueles que estão por aí pregando o evangelho de Cristo Jesus.

VII. Conclusão
O mundo, a sociedade e as pessoas vão mudar para melhor quando a igreja (leia-se seus membros e ministros) deixar de entreter o povo, passar a pregar verdadeiramente o Evangelho de Jesus Cristo com sabedoria e cuidado redobrado e ser exemplo para a humanidade na palavra, no comportamento, no amor, na fé e na pureza.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

CRISTO: O ÚNICO CAMINHO PARA DEUS -

Pr. Gomes Silva

INTRODUÇÃO
O ser humano é carente de felicidade. Infelizmente,muitos tentam encontrá-la na bebida, na prostituição, drogas, nas amizades, naprática de esportes e etc. Contudo, por mais que o homem se esforce jamais alcançarsua felicidade plena sem Jesus Cristo na sua vida.

I. QUEMÉ JESUS CRISTO?

1. O Messias enviado por Deus
a) Cristoé a imagem do Deus invisível – Colossenses 1:15
b) Eleé o primogênito de toda a criação – Colossenses 1:15
c) Eleé o filho do Deus vivo – João 3:18
d) Eleé o salvador do mundo –

2. Cristo é o Nosso Libertador – JOÃO 8:36
a. Cristofoi ungido para restaurar o coração abatido – Isaías 61:1
b. Eleveio proclamar liberdade aos cativos – Isaías 61:1
c. JesusCristo foi enviado para pôr os presos em liberdade – Isaías 61:1

3. Cristo É O Caminho, A Verdade e a Vida – JOÃO 14:6
a. Eisque ponho diante de ti o caminho do bem e do mal -
b. Conhecereisa verdade e a verdade vos libertará – João 8:32
c. Eusou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim ainda que morra, viverá – João 11:25
d. SemCristo, ninguém verá a Deus – João 14:6


II. NÃO HÁ SALVAÇÃO A NÃO SER EM CRISTO JESUS – ATOS4:12
a) Jesus é o cordeiro deDeus que tira o pecado do mundo – João 1:29
b) Cristo perdoa pecado –Marcos 2:5; Lucas 5:20;
c) Cristo esquece dos seus pecadose da sua iniqüidade – Hebreus 10:1-17

III. O QUE NOS RESTA FAZER?
a) Arrepender-se dos pecados – Atos 3:19
b) Dá um passo de fé – Hebreus 11:1 e 6
c) Confessar Cristo como seu Salvador – 2 Samuel12:13; Romanos 10:9-10
d) Renunciar a vida passada sem Cristo – 1 João2:15-17
e) Priorizar as coisas do Reino de Deus - Mateus6:33
d) Ter bom ânimo, mesmo diante da aflição, sabendoque Cristo já venceu o mundo – João 16:33.


CONCLUSÃO
Jesus veioao mundo com a missão de pagar pelos nossos pecados, mesmo tendo que enfrentara morte de cruz. Contudo, é necessário que o homem tenha conhecimento Dele econsciência de estado pecaminoso, confesse seus pecados e O aceite como SeuSalvador.